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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

SÉRIE 1 PEDRO: 13 – O PROPÓSITO DO SOFRIMENTO NA VIDA DO CRISTÃO


13 – O PROPÓSITO DO SOFRIMENTO NA VIDA DO CRISTÃO
(24-05-2017)

Introdução: Muitos cristãos entram em crise quando passam por sofrimento. Perguntam: Por que um cristão sofre? Será que está em pecado? Será que Deus o está castigando? Ele não tem fé ou desconhece seus direitos?
Outros ainda indagam: Se existe sofrimento, Deus existe mesmo? Se Deus é bom e também onipotente, por que não destrói o mal? Por que precisamos sofrer? Por que coisas más acontecem com pessoas boas?
O apóstolo Pedro oferece alguns princípios para triunfarmos no meio do sofrimento.

Texto Bíblico: 1 Pedro 4:1-7
1 Portanto, uma vez que Cristo sofreu na carne, armai-vos também desse mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne já está livre do pecado;
2 para que, no tempo que ainda vos resta na carne, não continueis a viver para os desejos dos homens, mas para a vontade de Deus.
3 Porque basta que no tempo passado tenhais cumprido a vontade dos gentios, andando em libertinagem, prazeres, embriaguez, orgias, bebedeiras e idolatrias repulsivas.
4 Eles acham estranho que não vos juntais a eles na mesma carreira desenfreada de licenciosidade e vos difamam.
5 Terão de prestar contas àquele que está pronto para julgar os vivos e os mortos.
6 Pois é por isso que o evangelho foi pregado também aos mortos, para que, embora julgados segundo os homens quando na carne, vivam segundo Deus pelo Espírito.
7 Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, tende bom senso e estai alertas em oração.

1 – O SOFRIMENTO NOS AJUDA A VENCERMOS O PECADO 

O sofrimento faz o pecado perder o poder em nossa vida. Enquanto o sofrimento endurece o ímpio, amolece o coração do crente. O exemplo do sofrimento de Cristo ajuda o cristão a enfrentar o sofrimento com a mesma disposição. O cristão não é melhor do que o seu Senhor. Se o mundo perseguiu a Cristo, infligirá sofrimento a nós também. O sofrimento nos leva a entender que os prazeres do mundo e as paixões da carne não compensam. O sofrimento nos leva a desmamarmos do mundo.
O cristão deve ter três atitudes em relação ao pecado.

1. DECLARAR GUERRA AO PECADO. Portanto, uma vez que Cristo sofreu na carne, armai-vos também desse mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne já está livre do pecado (4.1). Pedro nos convoca a sermos como soldados que colocam seus equipamentos e se armam para a batalha. Nessa guerra espiritual devemos tomar toda a armadura de Deus (Ef 6.11).
Por que devemos resistir ao pecado? Porque o pecado causou terrível sofrimento a Cristo (2.21; 3.18; 4.1). Warren Wiersbe é contundente ao perguntar: “Como ter prazer em algo que levou Jesus a sofrer e a morrer na cruz? Se um criminoso cruel esfaqueasse meu filho e o matasse, duvido que eu guardaria a faca em uma redoma de vidro na estante da sala”.

2. VIVER PARA A VONTADE DE DEUS. para que, no tempo que ainda vos resta na carne, não continueis a viver para os desejos dos homens, mas para a vontade de Deus.(4.2). Resistir ao pecado nos possibilita conhecer a vontade de Deus. A vontade Deus não é um fardo sobre nós; ao contrário, torna o nosso fardo leve. Os “desejos humanos perversos” e a “vontade de Deus” são mutuamente excludentes, e os cristãos devem saber que não podem seguir a ambos (Rm 6.2,6,7; 1Jo 2.16,17). Os cristãos preferem sofrer por Cristo a pecarem como os ímpios. Estão prontos a morrerem, não a pecarem.

3. NÃO TER SAUDADE DO PASSADO. Porque basta que no tempo passado tenhais cumprido a vontade dos gentios, andando em libertinagem, prazeres, embriaguez, orgias, bebedeiras e idolatrias repulsivas.(4.3). Resistir ao pecado nos ajuda a lembrar da nossa cruel escravidão no passado, da grandeza da nossa redenção no presente e da gloriosa recompensa no futuro. O cristão não pode ter saudade do seu passado de escravidão ao pecado. 
Há ocasiões em que é errado olhar para o passado, pois Satanás pode usar essas memórias para nos desanimar.
Os substantivos usados por Pedro, no original, estão todos no plural:
  • “Libertinagem - Dissoluções”: muitos atos incontidos de luxúria e iniquidade, ou seja, qualquer tipo de descontrole;
  • “Prazeres - Concupiscências”: desejos perversos, luxúria;
  • “Embriaguez - Borracheiras”: transbordamento de vinho que aponta para o excesso de consumo da bebida e caracteriza um beberrão;
  • “Orgias”: termo definido como uma procissão noturna e desordeira de pessoas semiembriagadas e festivas que, depois de jantar, desfilavam pelas ruas com tochas e músicas em homenagem a Baco ou alguma outra divindade, cantando e tocando diante das casas de seus amigos e amigas;
  • “Bebedices”: traz a ideia de uma festa em que se bebe não necessariamente em excesso, mas dando oportunidade para que isso aconteça;
  • “Idolatrias repulsivas”: a adoração de ídolos resultava em imoralidade e intemperança, por esse motivo Pedro chama as idolatrias de detestáveis.


2 - O SOFRIMENTO NOS AJUDA A TESTEMUNHARMOS DE CRISTO

Os amigos não salvos ficam surpresos quando o cristão se recusa a participar das coisas que eles participam. Mesmo sofrendo, o cristão canta, louva, adora e agradece a Deus. Jó, mesmo depois de perder seus bens, seus filhos e sua saúde, e mesmo prostrado na cinza, ainda glorifica a Deus, dizendo: ... o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR! (Jó 1.21). Paulo e Silas, depois de terem sido açoitados em praça pública e jogados no interior de um cárcere imundo, cantam na prisão à meia-noite. Isso impactou os prisioneiros e trouxe salvação ao carcereiro e à sua família (At 16.25-34). O diácono Estêvão, mesmo sendo acusado injustamente, tem um brilho no rosto como se fosse um anjo; mesmo apedrejado, intercede por seus algozes (At 6.15-7.53). Jesus, mesmo pregado na cruz, tem palavras de amor nos lábios (Lc 23.34).
Três fatos são destacados por Pedro no texto.

1. O TESTEMUNHO DO CRISTÃO PRODUZ ESTRANHEZA NOS ÍMPIOS. 4 Eles acham estranho que não vos juntais a eles na mesma carreira desenfreada de licenciosidade e vos difamam. (4.4). O mundo fica chocado quando o cristão não participa de sua conduta reprovável nem aprova sua devassidão incorrigível. Para o ímpio, falar palavrões, contar piadas imorais, embriagar- se, assistir a filmes pornográficos e ter um comportamento imoral faz parte da vida. O ímpio não consegue entender como um cristão não aprecia essas mesmas coisas.

2. OS ÍMPIOS TERÃO DE PRESTAR CONTAS A DEUS. Os quais hão de prestar contas àquele que é competente para julgar vivos e mortos (4.5). Os ímpios podem julgar-nos, mas, um dia, Deus os julgará. O julgamento final pertence a Deus. E Deus julga as obras de cada um de modo imparcial (1.17) e reto (2.23). Deus julga vivos e mortos (At 10.42; Rm 14.9; lTm 4.1). Jesus foi enfático: Mas eu digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. (Mt 12.36). Nesse dia, grandes e pequenos, vivos e mortos, comparecerão perante o trono branco e serão julgados (Ap 21.11-13). Nesse, dia, os ímpios ficarão desesperados (Ap 6.15-17).

3. A MORTE NÃO É O FIM NA VIDA DOS CRISTÃOS. 6 Pois é por isso que o evangelho foi pregado também aos mortos, para que, embora julgados segundo os homens quando na carne, vivam segundo Deus pelo Espírito.(4.6). Pedro está lembrando seus leitores acerca dos cristãos martirizados por causa da fé. Eles foram julgados falsamente pelos homens, mas, na presença de Deus, receberam o verdadeiro julgamento. 
Estudiosos contemporâneos dizem que os “mortos” são aqueles cristãos que ouviram e creram no evangelho enquanto estavam vivos, mas depois faleceram. A versão NVI inseriu o advérbio agora para ajudar o leitor a entender melhor o relato. Nessa interpretação, a expressão “mortos”, tem o mesmo sentido nos versículos 5 e 6. 
O evangelho é pregado somente aos vivos (1.25), pois não há oportunidade de salvação depois da morte “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hebreus 9.27) 

3 – O SOFRIMENTO NOS MOTIVA A AGUARDARMOS A SEGUNDA VINDA DE CRISTO. 

“Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, tende bom senso e estai alertas em oração. (4.7).  Os cristãos primitivos viviam como que na ponta dos pés, aguardando o retorno de Cristo e a transição do reino da graça para o reino da glória. Mueller diz que essa sensação de viver às portas do desfecho da história e de um novo começo radicalmente distinto é muito importante para a compreensão do cristianismo primitivo e explica muito da sua vitalidade e da disposição dos cristãos de se desfazerem de tudo o que fosse obstáculo para essa virada na história.
Pedro destaca aqui três verdades:

1. O FUTURO JÁ CHEGOU: O fim do fim está mais próximo hoje que já esteve
no passado. Estamos às portas da eternidade. 
O dia final se aproxima. O apóstolo João conclui: ...já é a última hora... (Filhinhos, esta é a última hora; e, assim como vocês ouviram que o anticristo está vindo, já agora muitos anticristos têm surgido. Por isso sabemos que esta é a última hora 1 Jo 2.18). 

2. VIVA COM DISCERNIMENTO: Se o fim de todas as coisas está próximo, devemos viver hoje como se Cristo fosse voltar amanha, andando de forma criteriosa e sóbria. 

3. VIVA EM ORAÇÃO: Um cristão que vive descuidadamente e sem sobriedade não tem prazer na oração. Um cristão cuja vida está fora da vontade de Deus não tem êxito na oração. Pedro já havia dito que, se um marido não trata bem a esposa suas orações são interrompidas (3.7); agora, diz que se uma pessoa tem uma mente desordenada não pode orar como convém.


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